PROJETOS | Jornadas vão valorizar memórias locais em Bragança

SEM FRONTEIRAS | 27 de outubro | OFICINAS DAS MEMÓRIAS LOCAIS | O Museu do Abade de Baçal, em Bragança, acolheu uma delegação da Associação de Exilados Políticos Portugueses para estabelecer um programa conjunto que venha a mobilizar as populações locais para iniciativas culturais e educativas em torno de memórias relacionadas com a imigração, o salto nas fronteiras de proximidade e os movimentos locais de contestação e combate aos regimes ditaturiais quer em Portugal, quer em Espanha.

Não será a primeira iniciativa que procurará recuperar temas de um passado recente relacionado com a imigração e a pobreza que antes do 25 de abril marcavam a vida na região. Desta feita a abordagem que poderá ser central, na cooperação entre a AEP e o Museu do Abade de Baçal, residirá na vontade conjunta de dar protagonismo às populações das aldeias mais afetadas ou envolvidas nos acontecimentos passados, promovendo a sua auto-organização na dinamização de iniciativas, muitas delas ainda por definir.

Pretende-se que as atividades a realizar se enquadram no conceito programático das Oficinas das Memórias Locais que a associação de exilados quer promover em todo o território nacional com os seguintes objetivos:

  • Identificar e estruturar formas e expressões do património imaterial local para valorizar os territórios e reforçar as suas dimensões identitárias;
  • dinamizar processos de auto-organização das populações locais em torno do seu património imaterial para facilitar outras iniciativas de natureza económica, social, ambiental e cultural;
  • produzir evidências do património identificado para as relacionar com as instituições dos territórios, criando instrumentos de animação pedagógica e social de um património vivo.
Bragança e o seu rico património edificado

O protagonismo das populações locais também poderá estar presente numa previsível realização dos Encontros Imaginários de Bragança, na base do modelo desenvolvido pelo Grupo de Teatro A Barraca, envolvendo figuras públicas do território e recuperando acontecimentos e situações críticas do percurso histórico bragantino.

Museu do Abade de Baçal e AEP vão desenvolver esforços conjuntos para estabelecer um programa que incorpore o sentido de museu vivo por um lado e a perspetiva de combatividade e de inconformismo que a associação de exilados políticos portugueses pretende promover em defesa da democracia, da paz, dos direitos humanos e da cooperação transnacional contra os regimes ditaturiais e autoritários.

Grupo de sócios e amigos da AEP em Bragança
Museu do Abade de Baçal

Fotos© Carlos Ribeiro