@cvr | Programa de ação dos Corpos Sociais | Vida Associativa
Quando em Novembro de 2015 foi fundada a AEP – Associação de Exilados Políticos Portugueses os diversos participantes no ato de fundação tinham um querer, uma vontade sólida. Fazer e, fazer acontecer. O enunciado geral inscrito no ideário da associação no qual se afirmava: (…) tem por objectivos, publicar o livro Exílios, testemunhos de exilados portugueses na Europa (1961-74); recolher e divulgar memórias do exílio dos anos 60/70 do século XX; criar, produzir e apoiar comunicação multimédia sobre o mesmo período; apoiar desenvolver iniciativas pela paz, pelos direitos humanos, contra a guerra. É uma organização sem fins lucrativos e está aberta a iniciativas, defensores e ativistas destas causas” foi um ponto de partida. Entretanto o percurso vivido desde então tornou as intenções iniciais realidade e simultaneamente fez emergir novos desafios.
A AEP está hoje comprometida com várias dinâmicas na sociedade portuguesa e até europeia. Criou fortes expectativas junto dos seus associados, de inúmeros ex-exilados e ex-desertores, de militantes de causas fundamentalmente relacionadas com os direitos humanos, de autarquias, de universidades, de escolas, de associações e de tantas outras instituições e pessoas ao ponto que importa agora afirmar:
- Iremos, no próximo mandato de 3 anos, ao encontro dessas expectativas;
- Intensificaremos a interação e o envolvimento de todos os associados na vida da associação;
- Melhoraremos as formas de participação de todos aqueles que pretendem dar o seu contributo nos projectos e nas iniciativas em curso e naqueles que serão promovidos no futuro;
- reforçaremos a nossa interlocução e cooperação com todos os atores desta área de atuação e em particular com aqueles cujo enfoque principal é a defesa da paz e da liberdade;
- assumiremos que nas nossas prioridades estarão as interações com os mais jovens, a nossa ligação às escolas, às associações juvenis, aos jovens trabalhadores das áreas urbanas e rurais e a todas as abordagens com um impacto pedagógico que torne a mobilização das memórias e das experiências do passado em algo de útil e significativo na construção de uma sociedade mais livre e mais justa.
- Como dinâmica de conjunto e transversal à nossa ação estarão dois campos prioritários: angariar novos associados e ampliar a nossa ação a todos os sectores da sociedade portuguesa que podem contribuir para tornar visíveis os temas do exílio principalmente relacionado com a resistência antifascista, da deserção como rejeição das guerras injustas e da paz como valor fundamental da nossa vida em comum.
Os nossos pontos centrais de atuação serão os seguintes:
I – EDIÇÃO E COMUNICAÇÃO
– Informar e divulgar tudo o que é relevante na atividade da associação dando continuidade às experiências positivas anteriores como as apresentações dos livros “Exílios” e criando mecanismos de participação dos associados na produção dos conteúdos dando voz à ação local, aos projectos e aos próprios associados;
– Nos meios de comunicação existentes incentivar novas formas de colaboração regular de forma a diversificar os protagonistas da nossa comunicação;
– Programar novas iniciativas de edição que deem continuidade aos esforços anteriores e que assegurem uma ampliação da atividade da associação para sectores não atingidos até agora;
– Manter e alimentar no espaço público, os temas do exílio e da Guerra Colonial, reforçando as parcerias com outras instituições.
II – PROJETOS
Na área de projectos desenvolveremos uma abordagem mais participativa nos seguintes termos:
– Auscultar os associados sobre temas e bases para projectos a serem dinamizados pela associação.
– Organizar e estruturar o apoio e a base de cooperação entre associados em torno de iniciativas e propostas dos próprios ou da direção, quer sejam projectos de curta, de média ou longa duração;
– Reforçar o envolvimento dos grupos de associados nos diversos países em projectos nacionais e internacionais que se movam nas áreas das memórias da Europa, das memórias do colonialismo português e europeu e das memórias das ditaduras europeias;
– Desenvolver estudo e investigação conjuntamente com a Academia particularmente na passagem das memórias às novas gerações;
– Desenvolver iniciativas que influenciem as entidades nacionais que tratam da educação para a cidadania.
III – ACÇÕES E INTERVENÇÕES REGULARES
– Tornar a Iniciativa “Trilhos do Salto” uma ação anual da associação a ser dinamizada em parceria com estruturas locais com destaque para as organizações da sociedade civil das respetivas zonas e com a colaboração das diversas Associações, grupos ou pessoas interessadas no tema;
– Associar-nos a iniciativas concretas relacionadas com o exílio de resistência aos regimes fascistas, com a guerra colonial e com a deserção potencialmente promovidas por outras entidades;
– Nas iniciativas que se constituam como fóruns de debate sobre as causas da liberdade, da democracia e da paz propor aos organizadores a nossa participação nos eventos, dando contributos sobre temas que para nós são centrais;
– Participar e mobilizar anualmente os nossos associados para as comemorações do 25 de Abril como membros Comissão Promotora;
– Restabelecer contactos com as entidades com as quais já desenvolvemos iniciativas para reforçarmos a cooperação e desenvolvimento de novas iniciativas.
IV – RECURSOS FINANCEIROS
– Garantir a operação das transações financeiras decididas pela Direcção e assegurar o seu registo;
– Manter uma contabilidade organizada incluindo quando aplicável a identificação de áreas especificas como é o caso de programas financiados por entidades externas;
– Manter o registo dos sócios e das suas quotizações em dia;
– Apoiar as iniciativas de divulgação e de venda dos “Exílios”.
– Pesquisar e dinamizar processos tendentes a obter financiamentos que criem condições para futuros investimentos da associação em favor dos associados e das causas relacionadas com as nossas prioridades.
V – ORGANIZAÇÃO INTERNA
Promover ações tendentes a uma maior participação dos associados na vida interna da Associação tais como:
– Fomentar práticas colaborativas transparentes para todos os associados no trabalho das estruturas dirigentes da associação;
– Organizar os núcleos da AEP61/74 nomeadamente em cada região e países que contam com associados;
– Promover a descentralização das atividades concedendo maior autonomia aos associados;
– Promover momentos de partilha e de cooperação entre associados, sobre as suas experiências e memórias e ainda sobre o seu comprometimento com as batalhas do presente e do futuro, de forma reforçar a identidade combativa e dinâmica da organização.