Debates e iniciativas cidadãs no 50º aniversário da ODTI em Grenoble

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AGENDA | 50º aniversário da ODTI | Grenoble | Editado CR-SF

A associação ODTI – Observatório das Discriminações e dos Territórios Interculturais foi fundada em 1970 por iniciativa de sindicatos e associações. Contou na sua constituição com o apoio da Câmara Municipal de Grenoble. Associação de associações, quando foi criada, estabeleceu como objetivo acolher e apoiar trabalhadores migrantes principalmente do Norte de África.

A associação, então, definiu para si própria três missões:

  • Fornecer assistência jurídica às pessoas acolhidas e apoiadas,
  • Oferecer soluções de habitação ou alojamento
  • Prevenir situações de discriminação.

Nos próximos dias 24, 25 e 26 de setembro a ODTI vai celebrar o seu 50º aniversário com um conjunto alargado de iniciativas que envolvem outras instituições de Grenoble e ainda associações de Paris e Portugal (Mémoire Vive e AEP61-74 Associação de Exilados Políticos Portugueses). Outras organizações que dinamizam o projeto europeu #ECOS em parceria com o Museu da Resistência também irão colaborar nas iniciativas.

Programa recheado de iniciativas

Durante toda a semana, a partir de terça-feira dia 21 de setembro, estarão patentes quer a exposição “Refuser la Guerre Coloniale” quer ainda Esculturas da autoria de Brigitte Reina enquadradas no tema “Migrants“.

Na jornada inaugural, dia 24 de setembro, está programada uma Conferência Internacional sobre as diversas resistências às guerras coloniais que se realiza sob o lema de valorização da interculturalidade e das interpenetrações socio-culturais nos dois campos envolvidos no período colonial.

Os diversos subtemas que serão tratados logo a seguir à abertura que Claude Jacquier e Manuel Branco realizarão pelas 9h00 da manhã estão diretamente ligados às consequências dos processos migratórios e das práticas coloniais.

Três ciclos de apresentações

Historiadores, jornalistas, antropólogos, sociólogos e testemunhas diversas aprofundarão temas relacionados com a Resistência durante a Guerra da Argélia e a oposição à Guerra Colonial em Portugal, com destaque para a deserção e o exílio.

Num segundo ciclo temático matérias como a diáspora, a crioulização, as migrações de ontem e de hoje aprofundarão o sentido da reflexão que pretende abrir horizontes para ações futuras.

Por fim, numa terceira etapa, serão colocadas em relação regiões suburbanas e periurbanas de Africa e da Europa para desenhar um campo de cooperação e de interações em favor das populações locais dos dois contextos territoriais.

As comunicações previstas no programa da Conferência têm a seguinte formulação

  • Resistências à guerra da Argélia e extensões anticoloniais
  • Portugal e os desertores
  • Chade: pós-colonização
  • Agitação, deserção, exílio
  • Resistência popular à guerra da Argélia
  • Questões políticas hoje e o papel das diásporas. O futuro de um mundo mestiçado.
  • Contrariar o silêncio: pensar nos exilados e nas migrações de ontem e de hoje
  • Resistência do Vietname ao Afeganistão
  • Estratégias nas regiões rurais de Afropéa (África e Europa) e em Grenoble. Vozes para caminhos comuns.

No sábado, segunda jornada do evento, estão previstos principalmente encontros, conversas e tertúlias em espaços abertos, como no Átrio da Igreja e na Praça Edmond Arnaud e atividades musicais e gastronómicas. Destaque para uma homenagem que será prestada a Beethoven.

No último dia das comemorações do 50º aniversário está delineada uma iniciativa cidadã de âmbito territorial que se traduzirá pela constituição de uma Companhia dos Anfitriões.

Fotos e informação fornecida por Manuel Branco | Grenoble

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